Dani Henning, a artista plástica das bicicletas

“Viver é a arte de não desistir de pedalar apesar dos tombos” e de viver e pedalar o Lobi sabe bem há muito. Sobre a arte de pedalar, ele divide o protagonismo com Dani Henning que a conheceu há poucos dias e que já se tornou fã do trabalho dessa artista plástica.

Dani Henning durante a sua produção. Foto: Divulgação

Dani Henning nasceu em Rio Negro, Paraná. Na infância, passada em cidades do interior de Santa Catarina, vive muito próxima à natureza: acampamentos, excursões pela mata, passeios de bicicleta.

A paranaense teve nos livros de arte da avó materna a primeira inserção no caminho das artes. Em 1984, inicia o curso de Educação Artística na UFPr, de 1989 a 1995, trabalhou como arte-educadora, atuando em escolas especiais. Complementou sua formação com cursos de desenho, escultura, gravura e teatro. Executou cenários, estamparia em tecidos e cerâmica.

Em 1999 realizou sua primeira exposição individual com pintura em tela. Vários foram os temas abordados até encontrar na bicicleta seu maior interesse. Em 2001, surge a primeira tela com bicicletas, com o título de “Simplesmente Liberdade”. Abre-se uma nova fase onde a infância e a paixão pela natureza encontram uma força na sua expressão artística.

Reprodução de um dos quadros

Há também obras que evocam o cenário urbano contemporâneo: o geometrismo das cidades, os pedais noturnos, rodas, bancos, guidões criam uma geometria de contrastes. Às vezes, contém elementos que assemelham ao grafite dos muros das cidades e falam de um mundo internacional, globalizado.

A artista encontra nas bicicletas uma fonte inesgotável, espécie de marca e assinatura. Assim, as bicicletas não são apenas um tema, mas se tornam seu alfabeto: Dani Henning transforma suas bikes-lúdicas, velozes, alegres, vibrantes- em sua principal linguagem. Com elas dialoga, investiga e refaz, a todo momento, sua própria trajetória como artista.

Exposição Formicletas

Parte integrante da Bienal de Curitiba, a exposição “Cores da China” tem abertura neste domingo (24/9) no Solar do Rosário. As obras, inspiradas pelo país asiático homenageado pelo evento, são assinadas pelas artistas plásticas paranaenses Daniele Henning e Raquel Frotta. Serão três salas que abrigam quadros e fotografias, até 22 de outubro, com entrada franca.

Solar do Rosário. Foto: Fotografando Curitiba
Raquel Frotta segue uma linha expressionista nas cinco telas que leva ao Solar. Imagens como o símbolo do Tao e a conhecida moeda com o centro vazado são algumas das alegorias recorrentes em suas obras. “Cada tela traz um ícone que relembra a cultura chinesa”, comenta a artista plástica sobre a temática da Bienal.

Dois trabalhos de Daniele Henning são apresentados na mostra. “A Viagem da Formiga” explora a fotografia expandida. “Abordo a forma como estamos tratando a imagem hoje em dia, com a força das redes sociais, por exemplo”, explica. Já nas oito pinturas sobre telas de “Formicletas”, as ilustrações representam o aglomerado de bicicletas na China, imagem recorrente daquela nação.

“Formicletas” dá vida as bicicletas transformando-as em seres animados, capazes de habitar todas as partes do mundo e transformar a realidade das cidades.

Currículos

Com exposições nacionais e internacionais, Daniele Henning se destaca no cenário curitibano. Desde o início de sua trajetória, no fim dos anos 80, já participou de salões na Exposicion Bienalle D’art Contemporain Brèsilien, em Paris (França), na Shangai International Contemporary Art Fair, na China, e no VII Certámen Internacional de Artes Plásticas, em Córdoba (Espanha), entre outros.

Raquel tem forte presença na capital paranaense, tendo passado pelos ateliês do Solar do Rosário, com Carla Schwab, e do Museu Alfredo Andersen, com Luiz Lavalle. Participou de exposições coletivas, como a Exposição NÓS, em Castro (PR), e A Arte em Verde e Amarelo, em Ponta Grossa (PR), bem como individuais, como Vestígios Pictóricos e Spirukets, em Curitiba.


Curadoria

As obras de “Cores da China” foram selecionadas pelas curadoras Regina Casillo e Lucia Casillo Malucelli. Regina foi a fundadora do Solar do Rosário, em 1992. O espaço privado é voltado à valorização de arte e cultura, com cursos, palestras, eventos e exposições.

Em 2002, Regina foi condecorada com a Ordem do Rio Branco pelo presidente da República e, em 2014, com a Ordem do Pinheiro do Estado do Paraná, pelo trabalho cultural. Lucia, formada em Jornalismo, atua no trabalho cultural do Solar desde 1998, coordenando projetos e eventos, ao lado da mãe, nas atividades do espaço.

Serviço


Abertura da exposição em 24 de setembro, 11h.
Encerra em Fevereiro de 2018.
Rua Duque de Caxias, 4, Centro Histórico, Curitiba / PR
http://solardorosario.com.br/
TEL +55 (41) 3225-6232

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