Um domingo no Parque de Vila Velha e Cachoeira do Perau

Acompanho o Lobi há um bom tempo já, seja nos pedais ou nas redes sociais. Em cada passeio, a certeza de conhecer lindos lugares e desfrutar da companhia de pessoas queridas. E uma das regiões que sempre quis conhecer de bike é o Parque Estadual de Vila Velha. Encantada com as fotos postadas no Lobi, sempre me prometi acompanhá-los nessa aventura.  Entretanto, a total falta de tempo não me permitia. No último domingo, então, o Lobi me ajudou a realizar esse sonho.

Maria Angélica Baron durante o passeio. Foto: Ivan Mendes

Nos encontramos às 7h da manhã no Parque Barigui, e partimos rumo a Ponta Grossa e, apesar da previsão de chuva, não nos desanimamos. Chegando ao parque de Vila Velha, nos reunimos com o pessoal do Parque, e mais uma turma de ciclistas com o mesmo propósito – curtir um domingo alegre e conhecer novos lugares. Recebemos algumas informações breves e começamos então a pedalar.

O primeiro local em que paramos foi a Lagoa Dourada, que recebe o nome devido à coloração adquirida pelo reflexo dos raios solares sobre as pedras e algas. Posteriormente, seguimos para as Furnas 1 e 2, passando em meio a lindas áreas de mata Atlântica. A vista das furnas é realmente de tirar o fôlego!
Em seguida, pedalamos mais alguns quilômetros para visitar as famosas formações rochosas, que são a marca registrada do parque. Lindas rochas esculpidas pela natureza ao longo de milhões de anos tornam o visual deslumbrante e trazem uma energia muito forte ao local ! Coisas que não se podem explicar, apenas sentir.
Após as clássicas fotos na Taça e 20 km de pedal, o passeio pelo parque havia terminado. Mas para os Amigos do Lobi, o dia ainda estava apenas começando. O relógio ainda marcava meio dia e o sol brilhava no céu, quando decidimos continuar o pedal pelos campos gerais de Palmeira, município no Paraná que faz divisa com Ponta Grossa. Como exímio ciclista e conhecedor da região, o Ivan Mendes nos levou para visitar lugares de beleza singular, ainda pouco desbravados pelos moradores da região.
Após um breve almoço para repor as energias, paramos os carros em uma fazenda da região e recomeçamos o pedal. Passamos por lindas e enormes fazendas de gado e plantações de soja. Lugares belíssimos, com paisagens espetaculares. A primeira parada foi na Capela da Nossa Senhora das Pedras, uma pequena igrejinha “escondida” entre as grandes fazendas, construída sobre lindas formações rochosas. Mais uma vez, vale ressaltar a energia do local, uma sensação leve, porém, ao mesmo tempo intensa, somada ao visual espetacular de sobre uma montanha de pedras com dezenas de metros de altura. Só estando presente para sentir o poder e a beleza do local!

Após tantas fotos, continuamos a pedalada, cujo destino era a cachoeira do Perau. Passamos em meio a fazendas de gado, soja, trigo já colhidos e pinus, cada uma com sua beleza particular. Pedalamos em todo tipo de terreno – areia, pedra, terra, menos asfalto. Alguns trechos de maior dificuldade exigiam certa experiência e preparo, o que o grupo tirou de letra. Atravessamos alguns riachos com as bikes, subimos pedras, descemos ladeiras, tocamos rebanhos de gado, entramos em pequenas quedas d´água. Tudo isso registrado pelas câmeras dos amigos ávidos por lindas fotos.
Depois de mais uns 20 km, começamos a descer por uma estrada de terra de grande dificuldade, com muitas pedras, areia e descidas íngremes que exigiram muita técnica e concentração. Mas tudo valeu a pena. Por volta das 17h, chegamos à cachoeira do Perau. Lugar deslumbrante, de beleza indescritível. Em meio aos cânions, um pequeno rio atravessa a mata e as pedras, formando pequenas (e maravilhosas) quedas d´águas que terminam em uma queda livre, a cerca de 80 metros de altura, conferindo ao local uma paisagem espetacular. Do alto da cachoeira, em meio às suas piscinas naturais formadas entre as pedras, é possível tomar um belo banho e lavar a alma em suas águas cristalinas. Entretanto, devido ao avançar da hora e ao vento frio que já soprava, não arriscamos a nos molhar, o que não diminuiu a alegria por estar em um local tão abençoado e ao lado de quem gostamos.

Após uma meia hora desfrutando da beleza e energia do local, seguimos o caminho de volta com os últimos raios de sol iluminando nosso pedal. Por volta das 19h, paramos em uma das fazendas e fomos recepcionados por um casal simples e encantador, a Patrícia e o Jaque, que nos ofereceram um lanche maravilhoso, garantindo energia suficiente para completarmos os 20 km restantes de pedal. Já eram quase 20h quando partimos, de corpo, alma e coração alimentados pelo carinho de moradores locais tão acolhedores. O som da natureza, embalado pelo coachar dos sapos e canto dos grilhos, promoveu a trilha sonora em todo o percurso de volta. Por alguns momentos, simplesmente apagávamos as lanternas e parávamos, simplesmente para desfrutar o momento e contemplar as estrelas.
Por volta das 21:30h, chegamos ao local em que os carros estavam estacionados. Exaustos pelos quase 80km de pedal, porém, imensamente felizes, por compartilharmos com pessoas tão queridas momentos tão especiais e paisagens encantadoras.  Ainda bem que o Ivan Mendes não se contentou apenas com o passeio em Vila Velha.
Para complementar o dia, Deus nos presenteou com um clima muito favorável – o sol se intimidou entre as nuvens, amenizando o calor, e a chuva preferiu escolher outros campos para lavar. As 23h, estávamos de volta ao parque Barigui, felizes e renovados para mais uma semana que se iniciava. 

Por Maria Angélica Baron

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