A batalha contra o preconceito em relação à Aids, doença que atinge cerca de 38,8 milhões de pessoas no mundo, de acordo com dados da Unaids (programa das Nações Unidas para HIV e Aids) é o que move Somen a pedalar de 100 a 150 quilômetros por dia. Em um ano, o indiano é capaz de percorrer até 12 mil quilômetros. Ele foi inspirado a esta missão com a idade de 14 anos quando leu o artigo intitulado “Aids é mais mortal do que o câncer”. A pessoa citada no artigo era sem-teto e estava sentada em frente à Faculdade de Medicina de Calcutá, abandonada por seus habitantes e deixada para morrer sozinha.
Entre outros apuros, enfrentou -35 graus Celsius de temperatura na antiga União Soviética, foi oito vezes espancado por skinheads, viveu com animais selvagens (rinocerontes, elefantes e leopardos no deserto). Até agora, uma das mais felizes pessoas que ele conheceu foi uma bengali que vivia com uma renda de 25 rúpias por dia, mas se dizia feliz por estar com sua família.
Desde 2004, Somen está rodando o mundo de maneira quase ininterrupta. Por dois momentos, sentiu-se obrigado a parar: durante um intervalo de 24 dias, quando ficou em poder dos talibãs. O segundo motivo deveu-se ao Brasil. Quando chegou à Amazônia, com a intenção de ficar dois dias, o indiano estendeu a viagem por dois meses. “Era um sonho de infância desde que ouvi falar da floresta amazônica, aos 8 anos, nos livros de geografia da escola. É incrível como as pessoas das aldeias de índios interagem com a natureza e com os animais”, afirma o indiano.