Bicicletas então entre os instrumentos utilizados na política de inclusão em Curitiba

Curitiba tornou-se uma cidade mais acessível e inclusiva para pessoas com deficiência na gestão de Gustavo Fruet. Os avanços incluem desde novos serviços, como o Ônibus Acesso e os táxis compartilhados, até a aprovação do Plano Municipal de Políticas de Acessibilidade e Inclusão, passando por políticas de inclusão em programas de várias secretarias, que trabalharam integradas com a Secretaria Especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SEDPD).

Momentos de lazer, entretenimento e inclusão foram possíveis para crianças com deficiência nos parquinhos inclusivos instalados em áreas de conservação. Curitiba, 17/05/2016 – Foto: Luiz Costa/SMCS

Uma das conquistas, a elaboração e aprovação do Plano Municipal de Políticas de Acessibilidade e Inclusão – o Curitiba + Inclusiva –, em março deste ano, foi o resultado de um amplo debate com a sociedade e traça as políticas públicas de inclusão a serem implantadas para atender demandas das pessoas com deficiência e seus familiares.

Conquistas e avanços na defesa e inclusão social deram vez e voz a uma parcela da população até então negligenciada em muitos direitos. O reconhecimento da importância dos conselhos municipais por parte do governo municipal, incluindo o dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que obteve caráter deliberativo, unindo-se ao Conselho do Fundo de Apoio ao Deficiente, é um dos resultados a serem comemorados.

Estabelecer uma política adequada de atenção à pessoa com deficiência atende à Lei Brasileira de Inclusão, conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, formatada a partir da Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência homologada pela Assembleia Geral da ONU em 13 de dezembro de 2006 e ratificada pelo Governo Federal em 26 de setembro de 2007.

Em Curitiba, entre os avanços, destacam-se desde programas de atendimento, campanhas publicitárias e serviços que antes não existiam. A Secretaria Especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência realizou mais de 60 eventos, entre capacitações, seminários e feiras, sempre com enfoque no protagonismo e na inclusão.

As ações de inclusão da pessoa com deficiência foram aplicadas de forma intersetorial, comprometendo diferentes secretarias e áreas administrativas municipais, com projetos de acessibilidade e inclusão de atendimentos específicos para esse público.

Facilitar a locomoção de pessoas com deficiência pela cidade foi uma das preocupações da gestão. As ações estão presentes em medidas simples, como as cadeiras de rodas gratuitas para empréstimo no Jardim Botânico, rampas de acessibilidade em equipamentos públicos e mais de 600 rebaixamentos de calçadas em toda a cidade, atendendo pedidos da Central 156, regionais e secretarias, assim como correções geométricas e ampliação de vagas de estacionamento nas vias públicas para pessoas com deficiência.

A mobilidade chegou também ao transporte urbano. O programa Acesso, criado no primeiro semestre de 2013, implantou um serviço exclusivo e gratuito para levar pessoas com deficiência para tratamento médico. São nove micro-ônibus adaptados, com lugares para cadeiras de rodas, que atendem as 10 subprefeituras de Curitiba. O número de cadastrados já passa de 1,8 mil pessoas e mais de 50 mil atendimentos realizados.

Ir e vir ficou mais fácil com os 20 táxis compartilhados, criados pela atual administração, com rampa de embarque e desembarque e espaço interno que permite viajar na cadeira de rodas.

Fora dos veículos, pessoas com mobilidade reduzida foram beneficiadas com os semáforos inteligentes em 39 cruzamentos da cidade. Acionado com o cartão transporte de isento ou o Cartão Respeito, o equipamento aumenta em até 50% o tempo de travessia de pedestres.

As adaptações chegaram aos projetos de habitação social. Desde 2013, a Cohab Curitiba atendeu a 160 famílias com alguma pessoa com deficiência que receberam as chaves da casa própria adaptadas com rampas de acesso, portas mais larga, banheiro ampliado e com barras e apoio para o deslocamento de cadeiras de roda.

Lazer adaptado

Momentos de lazer, entretenimento e inclusão foram possíveis para crianças com deficiência nos parquinhos inclusivos instalados em áreas de conservação. O primeiro brinquedo inclusivo foi instalado no Passeio Público. Depois outros três locais receberam os equipamentos: na Praça Presidente Eisenhower (Jardim Social) e no Parque São Lourenço e no Parque Mairi (CIC).

Curitiba ainda ganhará mais espaços com brinquedos inclusivos até o final de 2016, como por exemplo, quando for entregue o Parque Y-berê, na região sul.

O projeto Portal do Futuro em suas sete unidades passou a oferecer atividades para jovens com deficiência. Já o Inclusão + Bici, disponibilizou bicicletas especiais no Centro Cívico, aos domingos, para que pessoas com deficiência visual vivenciem a experiência de pedalar.

O Ciclolazer Inclusivo é uma parceria com a Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude, em que as diversas atividades ofertadas para toda a população foram adaptadas para que incluíssem a pessoa com deficiência. Entre elas, o empréstimo da bicicleta tandem (de dois lugares) que pode ser utilizada por pessoas com deficiência visual, com um voluntário guiando a bike.

Há também o empréstimo da handbike, que pode ser usada por pessoas com deficiência física e o skate adaptado. Misto de pista de skate com tirolesa e equipamentos de escalada, o brinquedo auxilia a pessoa com deficiência no equilíbrio e a mantém suspensa e segura, sem risco de quedas.

A criação dos Jogos Escolares Paradesportivos de Curitiba contou com a participação de 265 alunos na primeira edição, nas modalidades de bocha paraolímpica, futsal, atletismo, handebol e tênis de mesa.

Protagonismo

A inauguração da sede própria da SEDPD, no fim de novembro, consolida o investimento nas políticas inclusivas da gestão de Gustavo Fruet. O imóvel, cedido pelo Patrimônio Público da União, abrigava o antigo Ministério da Pesca. O espaço foi reformado pela Prefeitura para garantir acessibilidade aos usuários. Agora, a sede da SEDPD tem 22 salas, incluindo almoxarifado e três banheiros, em uma área total de 446 metros quadrados.

É na sede da secretária em que estão concentrados alguns dos serviços prestados a pessoa com deficiência, como o atendimento psicossocial, que acompanha quem se encontra em situação de risco e vulnerabilidade social. Profissionais especializados articulam com outras secretarias, visando à inclusão social das pessoas com deficiência, promovendo o exercício pleno da cidadania. Desde 2013, já foram realizados mais de 20 mil atendimentos, 3,9 mil apenas em 2016.

No mesmo local, o usuário pode acionar o serviço da Central de Libras, criada para facilitar a comunicação de pessoas com deficiência auditiva em consultas médicas e entrevistas de emprego. O agendamento deve ser feito com, no mínimo, dois dias de antecedência, por meio de WhatsApp 41 99255-8206 por e-mail: (centraldelibras@sedpcd.curitiba.pr.gov.br), Facebook (www.facebook.com/centraldelibrassedpcd ) ou por telefone (41 – 3363-5236).

Atenta às demandas de atendimento e respeito ao cidadão com deficiência, a SEDPD protagonizou campanhas de conscientização sobre os direitos desrespeitados. A de maior repercussão foi a realizada em dezembro de 2015, com a veiculação de um outdoor que questionava a legitimidade das vagas especiais para portadores de deficiência, como se o direito fosse um privilégio.

A campanha de iniciativa do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, vinculado à Secretaria Especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência, viralizou na internet e ganhou repercussão nacional em diferentes meios de comunicação. A peça serviu para marcar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, celebrado em 3 de dezembro.

No início do segundo semestre de 2016, foi lançado o game Alter. Educativo e inédito no quesito acessibilidade e inclusão, Alter provocar todos os sentidos durante sua utilização.

Disponível na internet (http://bit.ly/AlterGame), o game atribui ao jogador uma deficiência diferente em cada fase. Para avançar, ele precisa vencer barreiras arquitetônicas, de comunicação e outras.

O Alter proporciona ao jogador, que pode ser uma pessoa com ou sem deficiência, vivenciar quatro tipos de deficiência: física, auditiva, visual e intelectual. O game pode ser acessado no computador e dispositivos móveis, tem audiodescrição e contraste para pessoas com deficiência visual; comando de voz para quem tem alto comprometimento físico.


Com informações da Prefeitura Municipal de Curitiba

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