Se o objetivo é caminhar ou andar de bicicleta, a gerente recomenda a atenção do trilheiro para o tamanho do percurso e o tempo de duração. Com isso, o visitante avalia se leva lanche, qual o melhor alimento, se transporta água congelada para que ela fique geladinha por mais tempo e qual melhor local durante o trajeto para repor o protetor solar.
“A pessoa precisa ainda ter consciência se ela vai dar conta daquela atividade ou não, tendo em vista que exige disposição física”, orienta a gerente. Cecília Vilhena também observa que, em alguns casos, as placas de sinalização dos parques são ignoradas. “Muitos imprevistos podem ser evitados se os visitantes respeitarem as sinalizações e demarcações de segurança,” comenta.
Arriscar-se para fazer a foto perfeita também é bastante comum entre os visitantes. “O que nos deixa bastante preocupados ao visualizar o check-in das pessoas nas redes sociais diz respeito às selfies em locais perigosos. Elas buscam um ângulo diferente para fazer a foto perfeita, exatamente nos penhascos. O risco de escorregar é grande”, alerta.
Ainda segundo Cecília Vilhena, os parques estaduais contam com uma infraestrutura com portaria e administração com materiais informativos, profissionais técnicos e guias para orientar o visitante. As Unidades de Conservação têm ainda placas de sinalização e demarcações nas trilhas.
Em Minas Gerais existem 39 parques estaduais, que garantem a proteção de cerca de 50 mil hectares de área nos três biomas encontrados: Mata Atlântica, Caatinga e Cerrado. Quando o passeio acontece fora de uma unidade de conservação, o cuidado deve ser redobrado.
Faça seu roteiro
Planejar o dia de passeio e monitorar os horários é importante para evitar imprevistos, como a caída rápida da noite ou uma tromba d`água em cachoeiras, alerta o IEF. Por isso, é fundamental programar as atividades, levando em consideração tempos de deslocamentos, o clima e as condições físicas de cada participante.
As roupas e calçados também são itens de segurança. Vestimentas confortáveis e tênis para prática de atividades físicas são as melhores opções. Chinelos, saltos e calças jeans são desaconselháveis porque podem dificultar a movimentação e facilitar quedas. No Pico do Itacolomi, por exemplo, venta muito e por isso os agasalhos são sempre benvindos.
Confira dicas de segurança de acordo com o passeio
– Trilhas
A recomendação é não sair das trilhas demarcadas. Ao programar a caminhada de bicicleta ou a pé na trilha, o visitante precisa respeitar os limites de seu corpo, já que o percurso pode ser longo, com trechos variáveis, como subidas, descidas íngremes, mata fechada, etc. Vale também uma visita ao médico antes de praticar qualquer atividade física.
No parque Rola Moça, no Território Metropolitano, por exemplo, as trilhas dão acesso aos mirantes. O local é bastante conhecido pela prática de treking, atividade indicada para quem tem bom condicionamento físico.
– Cachoeiras
Mesmo sendo convidativas, as cachoeiras escondem algumas armadilhas, como as pedras, buracos e redemoinhos no fundo do lago. No entanto, o banhista não deve saltar da cachoeira, sob o risco de bater em alguma pedra.
A Janela do Céu, no Parque Estadual de Ibitipoca, no Território Mata, por exemplo, é um mirante natural onde desemboca uma enorme cachoeira. O visitante precisa ter cuidado redobrado, já que o cartão postal está localizado em um precipício escorregadio.
– Lagos
Compostos por águas calmas, alguns lagos, como o do Parque Rio Doce no Território Vale do Aço, são habitats das espécies carnívoras, como as piranhas. Por isso, o banhista não deve exceder o limite demarcado por placa indicativa do parque.
Já a lagoa do Parque Pau Furado em Uberlândia, Território Triângulo Norte, está próxima à represa de Capim Branco. Neste caso, o banhista precisa ter cuidado com a correnteza e não exceder o limite demarcado por placa indicativa.
– Cavernas e grutas
As cavernas e grutas revelam traços da pré-história e belezas naturais que enchem os olhos dos visitantes. Elas também merecem atenção dos visitantes, especialmente com as crianças de até cinco anos de idade.
Neste caso, o IEF recomenda que as crianças menores de cinco anos evitem o interior das cavernas para não ter contato com o cheiro das fezes dos morcegos, o que, por consequência, pode provocar doenças.
Outros itens de segurança também são recomendados e fazem parte da lista de exigências dos parques para a visitação nas cavernas. Na Gruta da Lapinha, em Lagoa Santa, por exemplo, é vetada a entrada sem capacete, sem o acompanhamento do condutor cadastrado.
Eleita uma das 7 maravilhas da Estrada Real, a gruta tem origem em um maciço calcário de cerca de 600 milhões de anos, formado pelos restos de fundo de mar que cobria toda a região da bacia do Rio das Velhas. Com 511 metros de extensão e 40 metros de profundidade, a caverna é iluminada por lâmpadas de LED.
Escolha seu passeio
Minas Gerais tem 39 parques estaduais, distribuídos por oito Territórios de Desenvolvimento do Estado, à disposição dos turistas que desejam desbravar e conhecer riquezas naturais como cachoeiras, grutas e lagoas de beleza exuberante.
No portal www.ief.mg.gov.br estão disponíveis todas as informações sobre os parques estaduais, como horários de visitação, telefones de contato, valores cobrados, dicas de segurança, dentre outros.
Outra iniciativa, com o apoio da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente (pegaleve.org.br), oferece algumas dicas de boas práticas e conscientização nas reservas ambientais e Unidades de Conservação.
Sobre as Unidades de Conservação
Criados com o objetivo de preservar a fauna e flora nativa, principalmente as espécies ameaçadas de extinção, a formação geológica e os recursos hídricos, os parques estaduais se enquadram em uma categoria de Unidades de Conservação e se destacam pela grande beleza de suas paisagens e pela sua relevância ecológica.
Além disso, as áreas são utilizadas para a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.