Ciclomobilidade “une” Curitiba e Holanda

“Agradecemos às universidades e demais instituições participantes do acordo por aceitarem o desafio proposto pela atual de gestão de colocar em discussão os temas mobilidade urbana e ciclomobilidade. Avançamos muito neste primeiro ano de convênio e será um retrocesso se este projeto internacional não tiver continuidade”, disse a secretária municipal do Trânsito, Luiza Simonelli.

As universidades devem definir um calendário de atividades no início de 2017 para desenvolver melhor os trabalhos durante o próximo ano. A intenção é também organizar um seminário com convidados nacionais e internacionais da área em setembro, quando o acordo completará dois anos. “Este primeiro ano de atividades foi muito produtivo, com levantamento de dados e trabalho conjunto de todas as universidades envolvidas, juntamente com a Prefeitura. A perspectiva para o futuro é desenvolver ações mais concretas, a partir dos estudos realizados até agora. A ideia é continuar com essa união entre a academia e o poder público para que possamos desenvolver os melhores projetos para a ciclomobilidade em Curitiba”, revelou Renata Satiko Akiyoma, professora do curso de arquitetura da Universidade Positivo.

O Termo de Entendimento entre Instituições Brasileiras e Holandesas para Aumentar o Potencial de Ciclomobilidade Rumo a uma Smart Curitiba foi assinado em setembro de 2015 pelo prefeito Gustavo Fruet e o embaixador da Holanda no Brasil, Han Peters. O convênio prevê a troca de experiências para aumentar o potencial de ciclomobilidade em Curitiba durante cinco anos, por meio de projetos inovadores nas áreas de arquitetura, planejamento urbano e design, consolidando a bicicleta como modal de transporte seguro e abrangente na cidade.

Participam profissionais de instituições de Curitiba e da Holanda que também assinaram o documento – Universidade de Twente, Universidade Wageningen, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Universidade Positivo (UP), Dutch Cycling Embassy (associação holandesa que atua no mundo inteiro incentivando o ciclismo), Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ) e CicloIguaçu – Associação de Ciclistas do Alto Iguaçu.

Projetos

As quatro universidades desenvolveram em 2016 a Pesquisa de Mobilidade Universitária em Curitiba. Foram entrevistadas 7,5 mil pessoas de um universo de quase 110 mil alunos, professores e demais profissionais que formam as comunidades dos campi das universidades.

O estudo faz o levantamento do perfil dos pesquisados – a maioria estudantes – e os modais mais utilizados por eles nos deslocamentos até as universidades. Os mesmos dados também foram separados por campus das universidades. A pesquisa vai indicar medidas para incentivar o uso da bicicleta e do transporte público, para diminuir o transporte individual nos deslocamentos, medir o potencial de adesão ao modal bicicleta, bem como a criação de ciclovias intercampi.

Com o apoio do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), UFPR, UTFPR e PUCPR estão desenvolvendo atualmente um projeto de interconexão cicloviária entre seus campi. A UP desenvolve um projeto de mobilidade cicloviária interna e externa no campus do Campo Comprido.

Diversos intercâmbios deverão realizados nos próximos quatro anos, com os profissionais envolvidos fixando-se por determinados períodos em Curitiba e na Holanda para melhor desenvolver os projetos. Os participantes trabalharão em conjunto na realização de pesquisas e na busca por iniciativas sustentáveis urbanas. As ações também deverão envolver o setor privado, além de outros órgãos do setor público e da sociedade civil.

Em 2016, quatro alunos da Universidade de Twente vieram a Curitiba em 2016 e participaram de estágios na Setran. Em parceria com professores e estudantes da UTFPR e da PUCPR, eles também desenvolveram pesquisas sobre a rede cicloviária da cidade, além de desenvolver um protótipo de um mobiliário urbano – um banco com espaços para se estacionar bicicletas.