Pesquisadores apresentam andamento de parcerias com Suécia e Holanda

Os projetos realizados na capital paranaense na atual gestão por meio de acordos internacionais foram apresentados e debatidos nesta sexta-feira (9), em encontro promovido pela Prefeitura de Curitiba.

Apresentação dos projetos da Suiça (ParCur) e Ciclomobilidade (Holanda), no Salão Brasil. Curitiba, 09/12/2016 Foto:Maurilio Cheli/SMCS
“Agradecemos às representações diplomáticas da Suécia e Holanda e às demais instituições internacionais e nacionais participantes aqui presentes pela elaboração e realização de projetos que serão muito importantes para o futuro da cidade, seja na mobilidade urbana ou no controle da qualidade do ar”, destacou o prefeito Gustavo Fruet durante o evento.

Os termos de entendimento assinados a partir de 2013 estabeleceram as bases para o desenvolvimento de projetos de cooperação com participação do poder público, academia, iniciativa privada e sociedade civil, e o foco em mobilidade urbana sustentável e gestão ambiental em Curitiba.

“Sem a política de transparência adotada pela gestão, através do Portal de Dados Abertos da Prefeitura, não seria possível realizar esses acordos internacionais atualmente em andamento. Orientada por esses princípios, Curitiba encontrou em países como a Suécia e a Holanda os parceiros ideais para o desenvolvimento de importantes projetos para a cidade”, disse Rosane Kupka, que comanda a equipe da Assessoria de Relações Internacionais da Prefeitura, órgão responsável pela organização dos termos de entendimento assinados pelo munícipio com governos e instituições estrangeiras.

O encontro começou com as apresentações dos projetos realizados em parceria com a Suécia, como o ParCur, de estudos e análises das emissões de material particulado, fuligem e seus impactos na qualidade do ar em Curitiba e região metropolitana.

Os resultados preliminares foram apresentados pelos pesquisadores do projeto, que envolve o monitoramento do ar por sensores móveis (através do uso de bicicletas) e também por equipamentos fixos, implantados em lugares estratégicos da cidade. “O balanço até o momento é totalmente positivo. As pesquisas transcorreram dentro do esperado e a expectativa agora é sobre as análises e conclusões que estarão concluídas até meados do próximo ano”, comentou Lars Gidhagen, coordenador geral do Projeto ParCur e membro do Instituto Sueco de Meteorologia e Hidrologia (SMHI).

Segundo ele, entre as inovações que as pesquisas trazem para a cidade estão a identificação dos principais focos de poluição, os locais mais e menos impactados, a identificação do tipo de agente poluidor e a sua fonte. Permitirá também comparativos de qualidade do ar entre diferentes regiões da cidade, como áreas residenciais e industriais, e até mesmo a detecção do impacto do uso de biomassa em restaurantes e de queimadas em lavouras da região próxima.

Parte do trabalho de coleta de dados foi realizada com o uso de bicicletas equipadas com sensores de detecção da presença de fuligem (black carbon) e outros materiais particulados no ar. “Com o apoio da Guarda Municipal e da CicloIguaçu, o programa foi cumprido sem transtornos e os objetivos foram plenamente alcançados”, disse o professor Admir Créso Targino, do Laboratory for Urban Air Pollution and Climate (Atmospher) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, membro da coordenação da pesquisa.

O ParCur deverá ser finalizado nos próximos dois anos com a produção de um inventário de emissões de material particulado e avaliação de seus impactos nos níveis de poluição de ar na capital e região metropolitana. O trabalho vai reunir dados para subsidiar o planejamento urbano e a gestão do transporte na cidade.

Além do Instituto Sueco de Meteorologia e Hidrologia (SMHI), são parceiros nesta pesquisa o Instituto Real Sueco de Tecnologia (KTH) e a agência sueca de desenvolvimento e proteção ambiental, SEPA. No Brasil, a coordenação está a cargo do professor Francisco Mendonça, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Pelo município de Curitiba, estão diretamente envolvidas no projeto as secretarias de Planejamento, Meio Ambiente, Trânsito, Administração e Saúde, além da Área de Relações Internacionais, Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) e Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc). Participam ainda a Universidade Federal do Paraná (UFPR); Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR); Universidade Positivo (UPC), Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR); o Instituto de Tecnologia Lactec; Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Sistema de Meteorologia do Paraná (Simepar) e Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR).

Ciclomobilidade

Curitiba e Holanda firmaram um acordo de ciclomobilidade em setembro de 2015, com participação da Universidade de Twente, Universidade Wageningen, UFPR, UTFPR, PUCPR, UP, Dutch Cycling Embassy (associação holandesa que atua no mundo inteiro incentivando o ciclismo), Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ) e CicloIguaçu – Associação de Ciclistas do Alto Iguaçu.

Durante o encontro, foram apresentados os trabalhos realizados por estudantes da Universidade de Twente em Curitiba, com destaque para o mobiliário “parabancociclo”, um banco com espaços para se estacionar bicicletas, e um projeto que propõe alterações estruturais em vias do entorno e que levam a universidades, com intuito de garantir a segurança de pedestres e ciclistas nos trajetos. As universidades destacaram dados da pesquisa de mobilidade universitária realizada em seus campi este ano.

“Nosso objetivo com o acordo é promover a bicicleta como meio de transporte em Curitiba e também sua integração com outros modais como o transporte coletivo. Muitos projetos foram iniciados neste pouco mais de um ano de parceria e nosso plano é agora levar estudantes e profissionais de Curitiba para estágios em instituições holandesas”, afirmou o cônsul honorário dos Países Baixos em Curitiba, Robert W. de Ruijter.

Para André Turbay, professor da PUCPR, os estudantes holandeses que vieram a Curitiba em 2016 fizeram excelente trabalho, com uma integração muito positiva em todas as universidades em que estagiaram. “O acordo de ciclomobilidade permitiu uma interação muito maior entre as universidades de Curitiba participantes, o que vai contribuir para o avanço das pesquisas na área e, consequentemente, para a melhora do bem-estar na cidade”, lembrou.

Prêmio internacional

O secretário municipal do Abastecimento, Marcelo Munaretto, finalizou o encontro apresentando o Agricultura Urbana, programa da Prefeitura de Curitiba que venceu o prêmio C40 Cities Awards 2016, na categoria Cidades Sustentáveis, entregue no início deste mês na Cidade do México. O projeto foi reconhecido por sua contribuição para a redução da emissão de gases do efeito estufa, a partir de práticas sustentáveis.

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