João Rossi – Grupo Cicloturismo Curitiba MTB

Quando começou a pedalar? 
Faz tempo… Sou nascido na cidade de Maringá, mas cresci na região da cidade de Mandaguaçu.
Como fui uma tradicional criança do interior sem muitos recursos, a bicicleta foi introduzida na minha vida desde pequeno.
Os recursos no interior dependiam dela (bike), justamente para não ter que depender de carona com carro dos adultos.
Lembro-me bem de minha primeira “Berlineta aro 14” azul escuro com 05 anos de idade. Algum tempo depois, já com 7 para 8 anos , ganhei um novo modelo de “Berlineta aro 20”.
Aos 09 anos de idade  veio minha primeira “ maquina “ BMX com sistema de freio “ carroça “!E aos 12 anos, ganhei minha primeira “ aro 26” , uma Monark Ranger.
Com 15 anos, eu já não ganhava mais minhas bicicletas, então o investimento foi suado da minha parte; para adquirir uma Bike Mornark com quadro de ferro e o luxo das 18 marchas, gastei 02 meses de assalariado pra pagá-la.
Com 17 para 18 anos, surgiu a oportunidade de sair do interior e vir morar na capital… Não tive dúvidas… Chegando a Curitiba, comecei a trabalhar e com 06 meses de trabalho consegui o suprassumo dos meus consumos: uma Bike com quadro de alumínio e 21 marchas! E foi com essa “magrela” que desbravei Curitiba e toda a região metropolitana, da qual tenho conhecimento, subindo e descendo as  serras sem reclamações … hehehehe …
Com o passar dos anos, a aquisição de veiculo automotor e a vida profissional mudaram minha rotina.

Compromissos maiores e prioritários surgiam e a bicicleta acabou ficando para um segundo plano, lembrando da mesma somente quando estava de folga ou férias.
Raras foram minhas pedaladas entre meus 20 a 30 anos e quando pedalava eram passeios rápidos de 01 ou 02 horas com máximo de 20 a 30km.
E hoje, beirando meus 40 anos de idade, venho acompanhando a movimentação dos  grupos de ciclismo da capital e da região metropolitana e resolvi me envolver com a forte expansão para fortalecer a atividade.
Qual a importância da bike na sua vida? …
Existem pessoas que fazem outras coisas para esquecer os problemas da vida…
Eu uso a Bike para refletir meus problemas, curtir a vida e conhecer lugares diferentes. Representa para mim liberdade… E nos momentos em que eu posso pedalar lá estarei de bem com a vida.



Como e quando surgiu a ideia de criar o cicloturismo curitiba mtb ? 
A ideia de criar o “Cicloturismo Curitiba MTB” surgiu após eu ter sido assaltado “ a mão armada “ na região dos mananciais (Trentino) em Piraquara.
Até então, eu pedalava anonimamente sem registrar o que fazia.
Como não tinha vinculo nenhum com ninguém, não precisava me expor.
Era apenas EU e a BIKE !
No dia em que fui assaltado, fiquei sem a Bike, sem acessórios ,sem  documento e sem celular. Estava próximo ao “morro do canal” na parte inferior da Lagoa # 02 da sanepar.
Como tenho costume de madrugar e começar meu “pedal” na alvorada, fui assaltado as 7:30h da manhã no qual já tinha pedalado quase 30km, considerando a saída da minha casa até o Parque Trentino em Piraquara.
Após o assalto, meu primeiro recurso foi conseguir uma carona a qualquer custo até o pedágio da BR 277 (sentido litoral); Após algumas tentativas, um professor que estava indo dar aula na aldeia indígena, me levou até o pedágio.
O segundo obstáculo que encontrei no SAU , foi convencer algum ciclista que estava ali, a me emprestar o celular para eu fazer uma ligação a cobrar para minha esposa.
Como informei, eu pedalava anonimamente e naquele momento, eu era mais um “zé ninguém “ sem conhecer nenhum ciclista ali.
Portanto, o assalto, fez com que eu resolvesse através do Facebook, criar a página e o grupo “ Cicloturismo Curitiba MTB “, onde minha proposta tinha como finalidade maior me atualizar, adquirir mais conhecimentos sobre os grupos e dividir minha pequena área de experiência com o máximo de ciclistas possível, nascendo assim Cicloturismo Curitiba MTB !

De que maneira divulgou e agregou participantes?
Cicloturismo Curitiba MTB nasceu no Facebook e aos poucos tanto a página quanto o grupo começou a receber solicitações de adição, curtidas e comentários.
No ano de 2014, com a parceria de um velho amigo da cidade de Maringá, comecei a elaborar passeios na região da Serra da Graciosa, com travessia do rio Nhundiaquara carregando a bike nas costas.

Essa foi uma das minhas primeiras experiências em grupo, sempre com a quantidade de 10 a 20 pessoas.
Ainda em 2014, me desafiei e consegui realizar a condução de 02 grupos ao mesmo tempo, 40 ciclistas no total, considerando que um grupo vinha da cidade de Maringá e o outro grupo de Curitiba. Fiz a união de ambos e passamos o dia pedalando.
A partir desse desafio de guiar 40 ciclistas, iniciei a elaborar meus próprios eventos na região da capital.

Os primeiros receberam o nome de “Trilha dos Fornos” que posteriormente, após 04 ou 05 pedais dessa trilha foi alterado o nome para “ Trilha Fazenda Dr. Enéas”.
Pedalei tantas vezes na região, que comecei a convidar pessoas pela página Cicloturismo Curitiba MTB e pelo grupo do Cicloturismo Curitiba MTB.

Ao criar o evento, comecei a compartilhar o mesmo com outros grupos no Facebook e assim os agregados participantes  foram aparecendo.
Afinal, eu não tenho grupo, o “Cicloturismo Curitiba MTB” é uma forma de integrar e socializar os ciclistas. Sou apenas uma “ponte” que elabora o evento e anuncia a data, vem pedalar comigo quem estiver interessado.

Dessa forma, creio que estou tentando ajudar essa integração, pois meus eventos, coloco sempre um “ grau / obstáculo “ com uma pitada de aventura e misturando um pouco do XCO com Cicloturismo.
As fotos dos eventos são postadas e “in box” recebo muitas mensagens com diversos assuntos e a maioria perguntando quando será o próximo … hehehe



E porque o cicloturismo ? … 
O contato com a natureza! Dificilmente pedalei com alforge em minha bike. Tudo o que eu preciso está dentro da minha mochila, desde o alimento até as ferramentas.
Como um amigo mesmo me disse: “Cada um carrega seu conforto da maneira que achar melhor” … hehehe…Eu carrego na mochila mesmo!

Meu foco no Cicloturismo é justamente evitar o meio urbano , o veículo automotor, o pedestre …Ter a liberdade de pedalar sem muita preocupação com acidentes causados por terceiros .

Relate como é ser líder de um grupo em curitiba …
Hehehe …Eu líder ? Não … Não ! Sou apenas mais um ciclista como todos outros. Tenho a sorte ou vantagem de conseguir memorizar todos os roteiros que já pedalei e poder repassar esse conhecimento através do currículo de anos de pedalada arquivado em minha memória. Digo que para ser “líder “ , a dedicação da minha parte deveria ser muito maior. Se eu pudesse me dedicar mais, teria mais ideias , mais oportunidades e com certeza mais seguidores nos meus eventos. Mas a vida pessoal, os compromissos particulares e a minha atividade profissional me impedem essa dedicação.
O grupo Cicloturismo Curitiba MTB tem vida pela ajuda de ciclistas de outros grupos que  preferem   vir pedalar comigo, pelo estilo de pedal aventura que eu apresento. Quem vem pedalar uma vez comigo, sempre volta!

Fique a vontade para abordar assuntos pertinentes dos quais não foram abordados nas perguntas.
Assuntos pertinentes são sempre de vindos… Porém, o que quero abordar é a segurança do ciclista em primeiro lugar.
Cada ciclistas tem que ter sua atenção redobrada, cuidando-se para evitar acidentes e não ser vitima de assaltos.
Você ciclista, escute a orientação dos lideres, nunca é demais ganhar uma nova “ aula da escola da vida”.

Aproveito para agradecer a ótima oportunidade dada pelo grupo LOBI.COM.BR ceder  esta entrevista. Simples, mas sincera!

Obrigado pela força.

 

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Lobi Ciclotur
Oi, eu sou o LOBi! Estou aqui para aliar natureza e caminhos alternativos para você e sua família descobrirem o mundo do ponto de vista da bicicleta.

Respostas de 3

  1. Muito legal, também pedalo bastante na região do Caminho Trentino em Piraquara, mas (graças a Deus) até hoje não passei por nenhum assalto, apesar de já ouvir falar em vários ali na BR277. Abraço a todos.

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